segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A LÓGICA DO DINHEIRO GROSSO CONTRA O POVO MIÚDO

Hoje de manhã a única notícia que veiculava nos jornais matinais da TV e não diferentemente na imprensa escrita era a que falava da violenta desocupação de Pinheirinho, em São José dos Campos - SP. Não muito diferente das reintegrações de posse praticadas contra o MST, as famílias mal tiveram tempo de "catar" seus documentos e objetos pessoais antes da saída. São mais de 6 mil pessoas que vivem lá há pelo menos 8 anos.
Para ajudar-nos na reflexão, segue então a análise publicada na Agência Carta Maior de hoje:


Qual o sentido em se despejar violentamente cerca de 1.660 famílias pobres, que já estão construindo suas casas, que mal ou bem abrigam-se sob um teto e erguem uma comunidade, para depois cadastrá-las nas intermináveis filas dos programas de habitação social que para atende-las terão que adquirir ou desapropriar glebas, viabilizar projetos, contratar obras até , finalmente, um dia --se é que essa dia chegará--  devolver um chão e alguma esperança de cidadania a essa gente? Mas, sobretudo, qual o sentido dessa enorme volta em falso quando o único beneficiário da ação policial violenta contra a ocupação de 'Pinheirinho', em São José dos Campos (SP), chama-se Naji Nahas? Dono do terreno, com dívidas de R$ 15 milhões junto à prefeitura local,comandada por Santiago Cury, do PSDB, Nahas é um especulador  notório,tendo sido preso em  julho de 2008 pela Polícia Federal, na operação Satiagraha, junto do não menos notório banqueiro Daniel Dantas, ambos acusados de desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. Qual o sentido do 'desencontro' entre o manifesto desejo de um acordo favorável aos moradores de 'Pinheirinho', expresso pelo governo federal, e a lógica judicial-repressiva desastrada exercida com a conivência ou a omissão do governo paulista e da prefeitura local? Qual o sentido? O sentido é justamente esse, apenas esse: a supremacia do dinheiro grosso contra o povo miúdo. 

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