sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Área alagada em São Paulo era aterrada irregularmente pela prefeitura

História dos bairros que formam o Distrito Jardim Helena, na zona leste de São Paulo, teve início em 1986, com ocupação. Onze anos depois, o governo estadual decretou que a área era de proteção ambiental. Mas em junho de 2007, foi registrado o ápice do problema, que teve início com crime ambiental: o aterramento de lagoas da várzea do Tietê e a venda de terrenos por grileiros.

Em junho de 2007, o Estado denunciou que grileiros que agiam na região chamada Cotovelo do Tietê, entre a Vila Helena e o Jardim Romano, que fazem parte do Distrito Jardim Helena, cobravam de caçambeiros R$ 20 para despejar entulho no local. Cerca de 50 caminhões despejavam diariamente detritos na beira do rio. Esses restos de construção civil serviram para aterrar a várzea. Depois foram demarcados terrenos de 120 metros quadrados, vendidos por R$ 1 mil a R$ 2 mil cada.

A antiga Lagoa do Porto desapareceu. Os lotes formaram várias quadras. Hoje, a inundada Rua Tietê, criada naquela época, é exemplo do crime cometido com conhecimento do poder público. No Cotovelo do Tietê não há encanamento de água e o esgoto vai para fossas. O abastecimento de água é feito por mangueiras puxadas de canos da Sabesp em outras áreas. Os encanamentos passam pelo meio da rua ou dentro do rio. Na porta das casas, números pichados indicam que o cadastro da Prefeitura foi feito há dois anos, dizem moradores.

A ajudante-geral Valdenice Muniz da Silva foi uma das primeiras a chegar ao local, há seis anos. "Isso aqui era um brejo, só tinha mato. Não dava para entrar nem de bicicleta." Ela confirma que o aterramento foi feito com entulho. "Era muito caminhão. Vinham de madrugada. Desde as 5 horas já estavam jogando entulho. Depois começaram (Prefeitura) a vigiar 24 horas, proibiram a entrada dos caminhões", diz a moradora. "Antes de aterrar, o rio transbordava com qualquer chuva. Depois que começaram a aterrar, ele ficou mais alto. Mas nessa enchente não teve aterro que segurasse. Minha casa está com água até hoje. Antigamente, vinham caminhões e mais caminhões de lixo, até de hospitais", completa Valdenice.

Com iformções do Blog Consciência Política


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