Lula assina acordo com China e defende nova ordem de liderança
Os países firmaram acordo de venda de 200 mil barris diários de petróleo.
Encontro ocorreu na cúpula do Ibas e do Bric acontece nesta quinta-feira.
Os presidentes do Brasil e da China, Luiz Inácio Lula
da Silva e Hu Jintao, durante encontro em Brasília
nesta quinta-feira (15). (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (15), ao receber o presidente da China, Hu Jintao, uma presença maior dos países emergentes nos organismos internacionais. Lula e Jintao assinaram acordos nas áreas de tecnologia, petróleo e cultura. O encontro faz parte da cúpula de chefes de Estado do Bric- grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China- que acontece em Brasília.da Silva e Hu Jintao, durante encontro em Brasília
nesta quinta-feira (15). (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
“Temos a obrigação de lutar para uma nova ordem internacional. Estamos unindo esforços em defesa de uma governança global, que dará a todos os povos e nações a mesma esperança de um futuro de paz, prosperidade e entendimento”, disse Lula. Entre os acordos firmados com a China está a concessão de blocos exploratórios de petróleo na bacia do Maranhão. O acordo entre a Petrobras e a empresa petrolífera chinesa, faz da China, segundo Lula, a maior parceira do Brasil na área de petróleo. “Com a compra de 200 barris diários de petróleo, a Sinopec já é a maior parceira da Petrobras no exterior”, disse.
“Na OMC, no Bric, no Basic, no G-20 e em todas as organizações multilaterais buscamos respostas progressistas para esta globalização assimétrica e disfuncional que vive a humanidade”, disse Lula.
Lula anunciou também que as empresas LLX, do Brasil e a estatal chinesa Wisco negociam a construção de um complexo siderúrgico no Porto Açu, no Rio de Janeiro. “Será o maior investimento chinês no Brasil e o maior da China, neste setor, no exterior”, disse o presidente. Lula também ressaltou o aumento das transações comerciais entre os dois países durante sua gestão. “No comércio bilateral tivemos um avanço espetacular. O intercâmbio cresceu 780% desde o início de meu governo. Em 2009, ano da crise, alcançou 36 bilhões de dólares. A China tornou-se nosso principal parceiro comercial e o maior mercado para nossas exportações”.
Além da reunião do Bric, acontece nesta quinta a cúpula dos Chefes de Estado e de Governo do Ibas- composto por Índia, Brasil e África do Sul. Os dois eventos se estenderiam até a noite de sexta-feira (16), mas a agenda teve de ser encurtada por causa do terremoto que atingiu a China na quarta (14), deixando cerca de 600 mortos. Hu Jintao comunicou o governo brasileiro que teria de retornar ao seu país ainda nesta quinta.
Devido ao imprevisto, todas as reuniões bilaterais foram antecipadas. O presidente da Índia, Manmohan Singh, chegou ao Itamaraty por vota de 12h15. O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, deve ser recebido pelo governo brasileiro às 14h20. Já o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, chega ao Itamaraty por volta de 18h50. As cúpulas de representantes do Ibas e Bric terminam após jantar oferecido por Lula e o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, às 21h30. Segundo o Itamaraty, durantes as reuniões serão discutidos formas de investimento em comércio e incremento do intercâmbio comercial entre os países membros.
Também está em análise um acordo entre os bancos de desenvolvimento de Brasil, Índia e China, com vistas à ampliação de investimentos para projetos do grupo. Os chefes de Estado do Ibas falar ainda sobre a utilização do fundo Ibas para Alívio da Fome e da Pobreza na reconstrução do Haiti, que foi devastado por um terremoto em janeiro.
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