quarta-feira, 4 de maio de 2011

FGV: desigualdade no Brasil atinge menor nível histórico

O Brasil atingiu em 2010 o menor nível de desigualdade desde os anos 1960, quando dos primeiros dados sobre o tema, segundo a pesquisa Desigualdade de Renda da Década, divulgada ontem, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com o professor da FGV, Marcelo Neri, a queda na desigualdade na década, que vai de 2000 até o final de 2010, foi acentuada. "Não é uma década espetacular em termos de crescimento da renda, mas se a gente olha para o elemento distributivo, há realmente uma grande surpresa", afirmou.
Os dados analisados pela FGV englobam resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada anualmente, e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), mensal, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os estudos mostram que na década de 90, o Brasil atingiu o maior nível de desigualdade, chegando a 0,609 ponto. A partir de então começou a cair, mais acentuadamente na década de 2000, passando de 0,595 para 0,530 ponto, abaixo dos 0,536 registrados na década de 60.

Agência Informes

 
 
PARA ONDE VAI O BRASIL MENOS DESIGUAL DE TODA SUA HISTÓRIA?


Ao final do ciclo Lula , o Brasil atingiu a menor taxa de desigualdade de sua história: a pobreza  no país  diminuiu em 50,64% entre dezembro de 2002 e dezembro de 2010. Todos os segmentos de renda e todas as  regiões nacionais ganharam nos oito anos de governo petista.
Mas os pobres ganharam mais, diz a FGV, num estudo divulgado nesta 3º feira. Fatos:
a) entre os 20% mais ricos da população, a renda obtida de todas as fontes cresceu 8,8% e a escolaridade, 8,12%.;
b) já entre os 20% mais pobres, os saltos foram, respectivamente, de 49,52% e 55,59%;
c) o estado mais pobre do país, o Maranhão, teve ganho de 46% na renda;
d) São Paulo -o mais rico, 7,2%;
e) o Nordeste  registrou um ganho de 42%; o Sudeste rico, 16%.
Não, não nasceu uma nova ‘classe', mas os oprimidos de sempre começaram a ter acessos a direitos mínimos. O que resultará desse movimento inconcluso? Nenhuma sociologia  estatística pode confinar em números os desdobramentos subjetivos de um processo dessa abrangência, mais tangível  na esfera do consumo, mas dificilmente limitado a ela. Que tendências predominarão no espectro político desses protagonistas, depende da capacidade dos partidos e movimentos sociais captarem seus anseios, transformando-os em respostas historicamente convincentes e consequentes. A história se faz a partir das circunstancias, mas estas envolvem escolhas. A ver.
                                       (Carta Maior; 4º feira, 04/05/ 2011)
 

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