Jornal francês destaca investimento do Brasil
O jornal francês Le Monde publicou duas reportagens sobre o ensino superior no Brasil. As matérias estão traduzidas e reproduzidas na seqüência e também em sua versão original.
Lula inventa a universidade brasileira do século XXI
Democratizar o acesso ao ensino superior
É uma injeção de oxigênio que Lula trouxe ao ensino superior brasileiro, a fim de destacar o desafio da economia do conhecimento. Desde 2002, o governo multiplicou os planos para dinamizar a universidade brasileira. É que o Brasil já começa defasado: com apenas 4,9 milhões de estudantes (ou seja, 16% dos brasileiros de 18 a 24 anos), o país, até agora, não conseguiu democratizar seu ensino superior. Seu sistema vai de encontro à equidade social. As classes médias superiores acessam, em grande maioria, as 200 instituições de ensino superior públicas e gratuitas, enquanto os outros se inscrevem em uma das 1,8 mil instituições privadas (confessionais, comunitárias ou com fins lucrativos) e pagas.
Seletivo, o sistema universitário favorece os alunos mais preparados no ensino médio; o vestibular, exame de entrada para a universidade, é de fato mais fácil para as classes mais abastadas que passaram por escolas privadas (muito caras), do que para os alunos egressos das escolas públicas, onde o nível continua medíocre.
Em lugar de questionar esse sistema como um todo – o que lhe trouxe muitas críticas – Lula preferiu desenvolver ferramentas para facilitar o acesso de todos à universidade. Primeiramente, o governo federal decidiu “reservar vagas” nas instituições privadas para estudantes de poucos recursos. Cerca de 250 mil bolsas foram assim concedidas somente em 2009. A fim de favorecer os mais pobres, o governo igualmente solicitou às universidades públicas que fixassem cotas para a entrada à universidade. Algumas reservam, assim, 50% de suas vagas aos alunos vindos de escolas públicas, bem como uma certa proporção aos alunos negros ou índios.
Fundos suplementares - Ao mesmo tempo, o Estado decidiu criar 75 mil vagas suplementares até 2012 (mais 50%) nas universidades federais públicas e recrutar, em cinco anos, 15 mil docentes-pesquisadores suplementares para abrir novos cursos. “Graças a isso, aumentei em 30% o número de vagas oferecidas. Em três anos envolvi, em média, 900 pessoas (das quais metade professores), para aumentar o pessoal em até 4,5 mil”, explica Carlos Alexandre Neto, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. “Não havia criação de postos nas universidades desde o fim dos anos 90. Vários pesquisadores, assim, puderam encontrar uma vaga na universidade, ou retornar do exterior”, lembra Louiz Martin, da UFABC. De fato, conclui Neto, “No Brasil, nenhum governo investiu tanto nas universidades públicas antes da chegada de Lula”.
Philippe Jacquet
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