PT supera PSDB em briga pela nova classe média
O PT largou na frente do PSDB
na disputa pelos votos da chamada nova classe média, faixa que reúne as
famílias com renda mensal entre três e dez salários mínimos.Dados da
última pesquisa Datafolha mostram que os eleitores deste segmento
social, também conhecido como classe C, são os que mais dizem preferir o
PT entre todos os partidos políticos.
O PSDB tem o melhor desempenho
entre os brasileiros mais ricos, com renda familiar acima de dez
salários.A nova classe média virou sonho de consumo das duas legendas,
que se revezam no poder desde 1995.
Nas últimas semanas, os
ex-presidentes Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) a
descreveram como o principal alvo a ser perseguido por seus
partidos.Proporcionalmente, os eleitores que formam a base da classe C
são os que mais dizem preferir o PT.
A sigla é citada como a mais
admirada por 32% dos entrevistados com renda de três a cinco salários
mínimos (entre R$ 1.636 e R$ 2.725).
GRATIDÃO
Para o diretor-geral do
Datafolha, Mauro Paulino, o resultado reflete a "gratidão" de
brasileiros recém-saídos da pobreza, que ascenderam socialmente nos anos
Lula."São eleitores que acabaram de ganhar acesso aos bens de consumo e
creditam sua ascensão social nos últimos anos a Lula e ao PT."
Os petistas alcançam seu segundo
melhor resultado (29%) entre os eleitores com renda familiar de cinco a
dez salários (R$ 2.726 a R$ 5.450).
Na fatia mais pobre, com
orçamento até dois salários (R$ 1.090), a sigla tem 23%. Esta é a faixa
mais alheia ao jogo partidário: 58% não têm uma legenda favorita.O menor
índice do PT é justamente entre os mais ricos, com rendimento acima de
dez salários (R$ 5.450).
Nesta faixa, que compõe as
chamadas classes A e B, o partido é citado como o mais admirado por
apenas 16%. Isso inclui a elite econômica e a classe média tradicional.O
PSDB alcança seu melhor índice (10%) entre os eleitores da classe B,
com renda entre dez e vinte salários (R$ 5.451 a R$ 10.900).
O pior resultado dos tucanos
aparece entre os mais pobres. O partido é citado como o favorito por
apenas 4% dos brasileiros das classes D e E.Na classe C, as citações
oscilam entre 6% e 8%, conforme a faixa salarial.
Em artigo recente, o
ex-presidente FHC disse que o PSDB "falará sozinho" se tentar disputar o
"povão" com o PT e deve se concentrar na nova classe média."É um
desafio grande", diz Paulino. "O PSDB terá que encontrar um discurso
para esses eleitores, que querem garantias de que continuarão a melhorar
de vida."
Pouco mais da maioria dos
entrevistados (54%) diz não preferir nenhuma legenda. Estes eleitores
tendem a escolher os candidatos sem considerar seus partidos.O PT
aparece à frente das outras siglas em todas as faixas de renda. No
total, registra 26% de preferência, contra 6% do PMDB (sem candidato à
Presidência desde 1994) e 5% do PSDB.
No debate da reforma política, o
PT defende a adoção da lista fechada, em que o eleitor só pode votar na
sigla em eleições parlamentares. Nas condições atuais, isso daria mais
vagas a petistas.
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Publicado no blog Os Amigos do Presidente Lula
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