Pela primeira vez, risco de o Brasil deixar de pagar dívidas
é menor do que o dos Estados Unidos. Para ministro Mantega, confiança
dos investidores mostra correção da política econômica nacional
Pela primeira vez na história o risco soberano do Brasil é menor que o risco dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (15) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Risco soberano não é aquele risco Brasil que vocês estão acostumados a ver; é o risco do CDS. O CDS, que é o Credit Default Swap, é um seguro que se faz, que os países oferecem para a exposição a títulos (…). Quem tem medo que possa haver um default, que possa haver um não cumprimento, não pagamento, faz um seguro”, explicou em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, convocada para apresentar os pontos discutidos entre a presidenta Dilma Rousseff e 16 governadores do Norte de Nordeste em reunião ocorrida também nesta quarta-feira.
De acordo com o
ministro, atualmente há um volume de mais de US$ 70 trilhões nessa
modalidade. Hoje, afirmou, o seguro sobre a dívida brasileira tem um
custo de 40.2 pontos-base, ao passo que, o americano, é de 49.7
pontos-base.
A presidenta
Dilma Rousseff recebeu a notícia com entusiasmo, ficou bastante
satisfeita – informou o ministro. Para ele, o fato demonstra que a
política econômica brasileira está correta, solidifica o Brasil e impõe
respeito em relação ao resto do mundo. “Estamos muito felizes com isso
porque mostra a solidez da economia brasileira e a confiança que nós
temos dos mercados”, comemorou.
FMI e execução orçamentária
Durante a
entrevista, o ministro foi questionado sobre a posição brasileira acerca
da eleição para o cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário
Internacional (FMI). O Brasil aguardará a sabatina pelos 24 diretores do
FMI aos candidatos do México, Agustín Carstens, e da França, Christine
Lagarde, que ocorrerá na próxima semana.
Em seguida, o
País poderá se manifestar, informou o ministro. “Vamos nos basear no
compromisso que eles tiverem com a continuidade das reformas no Fundo de
modo que os países emergentes continuem tendo uma participação cada vez
maior.”
Sobre a
execução orçamentária, Mantega informou, ainda, que a despesa está
crescendo menos que o PIB, o que demonstra que o governo cumprirá, até o
fim do ano, todos os compromissos assumidos.
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